As audições realizadas na primeira semana do julgamento do “caso DTM” (Direcção de Trabalho Migratório), que decorrem no recém-inaugurado Tribunal Judicial do Distrito Municipal KaTembe, no bairro Chali, começam a levantar o véu do desvio dos fundos descontados aos mineiros moçambicanos na África do Sul, entre 2009 e 2017. Sobre o processo n.° 51/2019/10.ª, espera-se que as próximas audições produzam mais dados em torno do rombo financeiro na ordem de 113,6 milhões de Meticais. Cinco dos 11 arguidos já prestaram depoimentos.
A partir de amanhã, vão prestar declarações Alfredo Lucas, Pedro Taimo, Sidónio dos Anjos Manuel, que na altura dos factos era chefe do gabinete da antiga ministra do Trabalho, co-ré no processo, Helena Taipo, José Monjane (então chefe da Repartição de Finanças e do Departamento de Compensações) e Anastácia Zitha, então directora nacional do Trabalho Migratório.
Depois dos arguidos, serão ouvidos 15 declarantes em conexão com o rombo financeiro.
MUITO POR EXPLICAR
Anastácia Zitha e José Monjane assistiam as contas bancárias dos fundos de maneio, compensações, espólios, pensões, salários não reclamados e de juros domiciliadas no Barclays Moçambique. Ambos eram assinantes das contas de taxas de contratação de mão-de-obra estrangeira, de pagamentos diferidos das minas filiadas e não filiadas. Leia mais…
Texto de Benjamim Wilson
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