Bashar al Assad, Presidente da Síria, voltou, semana passada, ao “convívio” com os “irmãos” árabes, ao efectuar, pela primeira vez em onze anos, uma visita a um país árabe. Assad foi recebido pelo Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum, governante do Dubai, e pelo Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, príncipe-herdeiro de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O início da normalização de relações da Síria com os países árabes constitui um golpe duro contra as aspirações dos EUA, pois desde a eclosão da “Primavera Árabe” em 2011, Washington tem liderado os esforços para remover Assad do poder ou pelo menos de isolar o seu país do resto da região do Médio Oriente e do Mundo.
Em Dezembro de 2010, eclodiu, na Tunísia, uma série de levantamentos populares contra o Presidente Zine El Abidine Ben Ali. A força das manifestações fez com que o Governo fosse derrubado e Ben Ali fugiu do país. Naquele país as manifestações e seu resultado ficaram conhecidos como a Revolução Jasmin. Inspirados pelos acontecimentos na Tunísia, árabes em outros países da África do Norte também foram às ruas fazer exigências de diversa ordem aos seus governantes, naquilo que viria a ser baptizado como Primavera Árabe. As manifestações levaram à queda de Hosni Mubarak, do Egipto, e à intervenção da França, Grã-Bretanha e EUA na Líbia. Estas potências activaram o seu braço armado contra incómodos, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), que interveio na “confusão” na Líbia para facilitar a captura e morte de Muammar Qaddafi.
Na Síria, os levantamentos populares iniciaram em 2011. A resposta “sangrenta” que o Governo sírio deu aos manifestantes criou, para os EUA e seus aliados, uma “desculpa perfeita” para advogar que a solução para a crise na Síria passava necessariamente pelo abandono do poder por parte do “incómodo” Bashar al-Assad. Depois de já ter eliminado o “incómodo” Saddam Hussein com a invasão americana ao Iraque em 2003 e ter montado as suas tropas naquele país, a oportunidade de fazer o mesmo na Síria era tentadora demais e não se devia perder. Foi nesse contexto que o antigo Presidente dos EUA Barak Obama enunciou a “doutrina” Assad Must Go e tudo fez no sentido de materializar a vontade de derrubar al-Assad. Leia mais…