E nquanto ecoam no país vozes de repúdio aos actos de violência obstétrica, há ainda mulheres que vivem momentos de terror nas maternidades.
São relatos de diferentes formas de violência que vão desde maus-tratos, intervenções médicas não consentidas, falta de água para a higiene pessoal, agressões físicas e verbais, negligência até cobranças ilícitas.
Desta vez, o grito de socorro vem das Urgências de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Geral de Mavalane. São histórias de violência vividas durante o parto, denunciadas por mulheres que decidiram se abrir para quebrar o ciclo de abusos protagonizados por alguns profissionais de saúde.
Segundo narram, o reflexo da violência deixa marcas profundas no corpo e na mente. Afinal, quem devia salvar e proteger as mães e os seus bebés contribuiu para que este se tornasse num dos momentos mais traumáticos das suas vidas.
Relatam que mesmo quando a dor ultrapassava todos os limites possíveis, foram insultadas e abandonadas. Fizeram o parto sozinhas ou com a ajuda de outras parturientes. Foram sujeitas à violência que surgia até pelo facto de elas não se comportarem de acordo com as expectativas.
Denunciam que estas situações podem até ser amenizadas quando desembolsam um valor que oscila entre 200 e 500 Meticais. Afinal, para ter um tratamento condigno têm de pagar o famoso “refresco”. Ainda assim, quando o trabalho de parto leva mais tempo do que o esperado e o turno destes acaba, voltam aos ciclos de violência. Leia mais…