O jovem Adelino Albano Luís é o vencedor da primeira edição da Feira do Livro da Beira (FLIB – 21) lançada em Novembro do ano passado, um concurso de crónicas visando a reflectir sobre a importância da água no contexto das mudanças climáticas em Moçambique e no mundo.
Concorreram 44 autores de todo o país, tendo sido distinguindo como grande vencedor Lirane, pseudónimo de Adelino Albano Luís, com o texto Maratona para o precipício.
A crónica de Luís retrata a história de uma menina de 17 anos de idade, Lirane, casada há quatro anos com um homem polígamo. A pesar da tenra idade, a personagem cumpre o dever de cuidar do seu lar e percorre longas distâncias à procura de água, uma vez que o rio mais próximo da aldeia secou, devido às mudanças climáticas.
A originalidade, criatividade e o domínio da linguagem contribuíram para que Maratona para o precipício convencesse o júri composto por Bento Balói (escritor), Celso Muianga (editor) e Celina Martins (Coordenadora do Centro Cultural Português – Beira).
Em segundo lugar ficou o autor Chicassula Tchinquitinculo, pseudónimo de Fernando Cambedza, com tema O luto. O texto retrata a ambição de certos rapazes que, movidos pelo desejo de enriquecer através da extracção do ouro, provocam uma carnificina na sua comunidade por causa da contaminação da água do rio.
Por fim, Arjoco Xiculele, pseudónimo de Arlindo José Cossa, ocupou a terceira posição, com a crónica Brada, tudo acaba. O texto explora os efeitos nefastos causados pelas cheias e secas, tendo o Homem como grande causador das alterações climáticas que fustigam o mundo.