Com jogadores de grande gabarito, o Maxaquene não chegava ao fim do campeonato em primeiro lugar, sendo em diversas ocasiões vice-campeão, ganhando assim o apelido de “clube do quase”. Nessa altura, o seu futebol, mesmo com jogadores de enorme craveira técnica, não se assemelhava àquele que era praticado pelo Desportivo, Académica, Ferroviário de Maputo, Têxtil do Púnguè e mesmo pelo Cessel do Luabo (Zambézia), que preferiam fazer a bola circular sempre rente ao relvado, passando de jogador para jogador em triangulações dinâmicas ou com envolvimento colectivo de deixar qualquer espectador de boca aberta, independentemente das cores clubísticas.
O Maxaquene desse tempo era simplesmente pragmático, tendo na equipa Fernandel, Calado, Armandinho (Mudjirifo) e Dover, para citar alguns nomes. Não se podia dizer, contudo, que não era uma equipa alegre a jogar. Os rasgos individuais disfarçavam o futebol mecanizado.
Viu-se a necessidade de mudar o curso dos acontecimentos. Com jogadores que ascendiam dos juniores como Ferreira, Augusto, no caso mais vertente, os “tricolores”, que já tinha reformado o “capitão” Naldo, sobreviviam da astúcia de Almeida e Santinho, vindos do Ferroviário de Maputo, que se associaram à pujança de Américo Guambe, transferido da Académica.
“FUTEBOL CANTADO”
Com a contratação do técnico Joaquim Meirim e com jogadores de talento mais apurado, o jogo do Maxaquene passou a ser “cantado”. Foi a revolução do Maxaquene, que na equipa técnica conta também com Joaquim Aloi, uma “velha glória” do clube.
Texto de Joca Estêvão
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