Afinal, ao que se verifica, “nem tudo são rosas”.Como costuma dizer-se. Isto, em relação ao novo e tão badalado cemitério da cidade de Maputo. Localizado em Michafutene. O jornal “Notícias”
(edição de 18 do corrente mês, página 3), titulava que “Novo cemitério com problemas básicos”. E, logo a seguir escrevia que O cemitério de Michafutene, aberto para acolher funerais em Novembro último, encontra-se mergulhado num mar de problemas, que vão desde a falta de transporte, água para a realização das cerimónias fúnebres e outras infra-estruturas. Digamos, desde já, que estamos perante mais um caso de gritante incompetência municipal. Acrescenta a local, que Localizado a pouco mais de 20 quilómetros da cidade de Maputo, o cemitério conta com 17 talhões para a área cristã e seis para a área muçulmana. Cada um destes talhões tem capacidade para a realização de 180 enterros, numa área de 50 hectares. Seria importante que alguém nos informasse sobre para quantos anos foi perspectivado este cemitério. Em relação ao de Lhanguene, todos sabemos que, segundo o projecto inicial, tem capacidade para receber corpos por um período de, menos, mais 20 anos. Mas, os vivos assim não querem. Os vivos terão dito e repetido que se lixem os mortos. Primeiro nós, os vivos. Depois vós. Morram onde morrerem, que sejam enterrados longe. Lá longe. Onde os terrenos ainda valem pouco. Ou nada. Pois não é que estes terrenos, que nós estamos a ocupar ilegalmente, valem muito. Depois, os mortos sequer votam. Simplesmente, não votam. Então que passem a ser enterrados bem longe. Lá para as bandas de Michafutene. Mesmo quando zona sem transportes, sem água, sem sombras. Sem nada. Nós, os vivos, sim. Merecemos bem mais. E bem podemos trocar, vender o nosso voto pelos terrenos que ocupámos. Ilegalmente. Mesmo quando e se nos vierem dizer que tudo isto é ilegal. Que é uma ilegalidade. Para nós, pouco importa tudo isso. Apenas queremos que nos facultem um terreno em outro local. Como reassentados. É assim que é bonito dizer. Mesmo quando nada se está a dizer. Depois, como todos os compatriotas sabem, vendemos esse novo terreno e voltamos ao antigo espaço. Nesse então, já esse espaço destinado aos mortos, terá sido “oferecido” a uma imobiliária. Para construi um condomínio. Fechado. Aonde só os ricos terão acesso. Para nós, condenados à pobreza, “Condenados da Terra”, tudo isto é um bem. Mesmo quando não seja processo digno. E não é.
Está a circular na internet um vídeo produzido por chineses. Ou na China. Excelente e de excelente qualidade. Durante cerca de dez minutos, podemos ficar a conhecer o que será e como será a ponte entre Maputo e a Catembe. E a estrada entre s capital do país e Marracuene. Obras que tal como nos são apresentadas só podem ser classificadas como excelentes. Façamos, desde já, votos para que a realidade venha a corresponder à publicidade e à propaganda. Vamos esperar para ver. Estranho, em si, não é o facto de serem os chineses a divulgar aquilo que se propõem realizar em Moçambique. Estranho é não serem os moçambicanos a fazê-lo. Estranho é não ser o Conselho Municipal da Cidade de Maputo (CMCM) a divulgar a construção das majestosas e majestáticas construções. Construídas, edificadas por chineses mas pagas, sem dúvida, por nós. Com nosso dinheiro. Mas, tanto quanto sabemos, nós também temos por aqui descendentes de chineses com capacidade de governação. Até temos um que disse, com rara coragem, que o lixo não se tira com a boca. Talvez seja tempo, já mais do que tempo, para substituir a imbecilidade e a incompetência pela competência. Os munícipes agradecem. Já sabemos que até às próximas eleições, este é o nosso destino. E o nosso destino é ser gerido por incompetentes.