Moçambique fortaleceu a sua posição externa através da manutenção das reservas internacionais brutas em níveis confortáveis, o que permite cobrir mais de seis meses de importações. O aumento das reservas internacionais contou, também, com a recente alocação dos Direitos Especiais de Saque (que serve para completar as reservas oficiais dos países membros) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) num montante equivalente a 308 milhões de dólares americanos.
Estes dados foram avançados pelo Governador do Banco de Moçambique (BM), Rogério Zandamela, durante o Conselho Consultivo daquela instituição que decorre em Nampula. Na mesma ocasião referiu que depois de uma variação ténue de 0,1 por cento no primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) registou um crescimento anual de cerca de dois por cento, no segundo trimestre de 2021, depois de uma contracção de 3,5 por cento verificada em igual período de 2020.
Enquanto isso, a inflação anual situou-se em 6 por cento em Setembro de 2021 e a moeda nacional, o Metical, apreciou-se em relação ao Dólar dos Estados Unidos da América em 15 por cento, de Janeiro até à data.
“Perante os resultados positivos alcançados nos indicadores sob nossa gestão, na última reunião do Comité de Política Monetária, realizada em Setembro de 2021, decidimos reduzir substancialmente os coeficientes das reservas obrigatórias em moeda nacional e estrangeira”, disse.
A redução dos coeficientes de reservas obrigatórias permitiu injectar mais de 500 milhões de dólares americanos no sistema financeiro que poderão contribuir para o processo de recuperação económica em curso.
De referir que Conselho Consultivo tem duração de três dias, sendo que nos dois primeiros dias irão versar sobre assuntos internos, incluindo uma reflexão sobre os desafios impostos pela pandemia da Covid-19 e no terceiro será feita uma apresentação e discussão pública do tema “Desafios e Oportunidades na Comercialização e Processamento da Castanha do Caju: O Caso de Nampula”.