O actual modelo de disputa do “Moçambola” tem motivado múltiplas discussões resultantes dos custos da prova, mormente o transporte aéreo, considerando as especificidades
do país. Abordámos o tema com o Vice-ministro Carlos Sousa “Cazé”, o qual defende a actual fórmula da prova, observando que é necessário combinar esforços para viabilizar o campeonato.
–Sob ponto de vista competitivo, sob ponto de vista de presença anímica do público nos campos, este modelo de “Moçambola” parece ser o melhor, tem demonstrado que é possível ser realizado. A direcção da Liga tem-se preocupado constantemente em reunir condições para que o “Moçambola” se realize.
De acordo com o governante, não há “Moçambola” sem transporte aéreo: “é impossível, de Maputo a Lichinga é como de Lisboa a Paris, portanto, se imaginarmos o que é uma liga espanhola de futebol ou uma liga portuguesa, é extremamente diferente. O nosso país tem características que não nos dão outra hipótese sem transporte aéreo. Se acreditamos no formato actual, no êxito que ele significa também do ponto de vista económico nas cidades e províncias onde se joga, então pensamos que o formato deve continuar”.
O nosso entrevistado acha que é necessário explorar outras formas para libertar a Liga Moçambicana de Futebol da pressão anual na busca de soluções para o transporte das equipas.
–Temos de trabalhar para encontrar formas de viabilizar o campeonato, do ponto de vista de cobertura televisiva e direitos de merchandising; a liga tem de ter uma postura se calhar mais agressiva, mais comercial, e explorar outras formas, se necessário terciarizar alguns serviços.
Observa que os clubes também deviam assumir algumas despesas, como pagamento da estadia e alimentação dos atletas, “porque é possível fazer um esforço conjunto para manter o actual modelo. Penso que é bom para a competição e também para as cidades onde se realiza”.
– Nota-se que apesar dos maus resultados dos “Mambas”, se fizermos uma análise estatística, notamos que a maioria dos jogadores é produto do “Moçambola” e demonstra qualidade – rematou.
