Muitas vezes, e sob pretexto de variar de paisagem, mas na realidade movidos por motivos inconfessáveis, alguns mortais esgueiram-se mata adentro, e de lá têm colhido um saldo a contragosto. Em situações dessa natureza dá uma vontade quase incontrolável de dizer que aquele que muito quer, corre o risco de nada ter ou de arrastar até si o imprevisível muitas vezes difícil de gerir. É que – como se sabe – quem procura acha, e esta advertência, aparentemente sem malícia, é também aplicável em assuntos afectivos.
Mas deixemos que a vovó Celeste Lavato, natural de Inhambane, explique a que viemos, em conversa com o domingo.
Ela fala daqueles homens cheios de vontade quando, à semelhança de um caçador, se lança à mata para caçar, mas na hora de conversar sobre os resultados dessa investida assobiam ao alto, alheando-se dos seus actos. Veja-se, entretanto, que quando o saldo desse lance vem em forma de gravidez, “eles saltam, já não demonstram mais a mesma vontade de estar com a mulher”, daí que a vovó pergunta: “como é que consegue riscar a mulher que está grávida do teu filho? Que pessoa é você que tem dois corações? Ela fez sozinha essa criança?”. Para a vovó Celeste “é pesado e torna mais pesada a vida dessa mulher”. Ademais, segundo pontua, “a criança não tem culpa nenhuma de ter nascido de um pai que só pensa nele. Se esse homem não queria ter esse filho, por que teve relação com a respectiva mãe?”, daí que observa, “homem que é homem assume o que faz”, e apela: “Tenham coragem de assumir os vossos problemas”.
