O Ministro da Cultura, Armando Artur, apresentou uma proposta de criação de uma instituição destinada ao financiamento de projectos artístico-culturais. Falando
recentemente num encontro que manteve comartistas moçambicanos, o governante admitiu que as artes e a cultura não são ainda consideradas áreas privilegiadas para os investimentos do empresariado e do sector bancário no país.
Apontou que ao Estado acaba competindo a intervenção pontual, destacando-se a necessidade de colaboração de outros actores. “O Ministério da Cultura decidiu criar um órgão que vai usar o dinheiro alocado ao Fundo para o Desenvolvimento Artístico e Cultural (FUNDAC) como garantia para que a banca possa financiar os projectos dos fazedores das artes”, explicou o Ministro.
O EXEMPLO DE CABO VERDE
A apresentação dos termos de referência para elaboração do perfil de uma instituição de financiamento à cultura, em moldes comerciais, foi feita pela presidente do FUNDAC, Ângela Kane, que disse: “em Cabo-Verde existe o “Banco da Cultura” que é um sucesso e este tem ajudado diversos fazedores das artes e cultura”.
Ressalvou que é neste contexto que Moçambique projecta também a criação de uma instituição para se dedicar ao financiamento de projectos artístico-culturais.
Ângela Kane referiu ainda que é pertinente reverter o pensamento segundo o qual a actividade artística e cultural é da exclusiva responsabilidade do Estado.
De notar que o Ministério da Cultura pretende contratar uma entidade (individual ou colectiva) para a efectivação de um estudo que culmine com a elaboração do perfil de uma instituição de financiamento às actividades artísticas e culturais, em moldes comerciais ou de crédito.