A Associação dos Produtores e Comerciantes de Sal (APROCOSAL) que trabalha com 60 operadores dos distritos de Govuro, em Inhambane, Machanga, na província de Sofala e Matola, em Maputo, produz cerca de 45 mil toneladas por ano.
Segundo o padre Carlos Osório, a agremiação produz sal iodado e trabalha com os ministérios da Indústria e Comércio (MIC) e da Agricultura e Segurança Alimentar (MASA) no combate à desnutrição.
“Trabalhamos para ter quantidade e qualidade no mercado. Por isso, numa primeira fase reunimos pequenos produtores e começámos a tratar da legalização. Já constituímos os órgãos sociais e o passo seguinte será a formação de uma cooperativa que se vai chamar Copisal”.
O padre Osório reiterou a necessidade de se criar oportunidades de emprego localmente, sobretudo nos distritos muito pobres, como é o caso de Govuro e Machanga. “Queremos que o dinheiro seja produzido e seja reinvestido no distrito”.
A APROCOSAL produz sal grosso alimentar que é embalado em quantidades que variam de meio a 20 quilos. O produto é vendido nas províncias de Tete, Zambézia, Manica, Sofala, Inhambane, Gaza e Maputo. A empresa Flor do Índico, que faz parte da associação, é a única em Moçambique que produz flor de sal que é considerada de alta pureza, 100 por cento natural e está catalogado dentro dos produtos gourmet, por isso as embalagens são diferentes.
As embalagens de 200 gramas deste sal são comercializadas nas grandes superfícies a 300 Meticais e as de 100 gramas são apreciadas por turistas e encontram-se disponíveis nas lojas de conveniência ao preço de 150 Meticais.
“O nosso sonho é exportar, mas primeiro queremos suprir as necessidades do mercado nacional. Vamos continuar a trabalhar para elevar ainda mais a qualidade dos nossos produtos para futuramente vender a nível internacional”.
O padre Osório disse que um dos desafios do momento é criar a cooperativa de modo que os produtores estejam mais organizados, o que facilita a sua assistência quer técnica quer financeira. “O maior desafio é criar uma indústria, mas precisamos de um investimento muito grande na criação de uma estrutura que permita lavagem, secagem e todo o processo que tenha a ver com a produção de sal fino. Queremos manter o sal grosso no mercado por ser mais saudável”, concluiu.
Texto de Angelina Mahumane
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