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DÍVIDAS NÃO DECLARADAS: A vez de Fabião Mabunda e ligações com a família Leão

Por Idnórcio Muchanga

A partir de amanhã, a Sexta Secção do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo vai ouvir o réu Fabião Mabunda, dono da empresa M. Moçambique Construções, que, segundo a acusação, recebeu cerca de nove milhões de dólares da Privinvest que os aplicou maioritariamente no interesse da família Leão e no seu próprio.

Reza a acusação do Ministério Público (MP) que este dinheiro fora canalizado àquela empresa a título de suborno ao arguido Gregório Leão que, à data dos factos, era director geral dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), pelo seu papel na concepção dos projectos ProIndicus, EMATUM e MAM, bem como pela viabilização da emissão de garantias do Estado para a obtenção de empréstimos no banco Credit Suisse.

O MP diz que para escamotear o seu envolvimento, Gregório Leão colocou a sua esposa, Ângela Leão, a frente de todas as operações e, com a ajuda de Fabião Mabunda e Jean Boustany, foram forjados subcontratos para projectos no âmbito da protecção da Zona Económica Exclusiva (ZEE) que nunca se concretizaram.

Apesar disso, o valor de quase nove milhões de dólares (8.999.916,00 dólares) foi pago à M. Moçambique Construções em sete prestações, numa conta domiciliada no Millennium BIM.

Da investigação feita pelo MP, ressalta ainda que, “com vista a facilitar a aplicação dos valores provenientes do Grupo Privinvest, a arguida Ângela Leão recorreu ao co-arguido Sidónio Sitoe para que este lhe auxiliasse na aplicação de parte dos valores, vendendo-lhe imóveis e recebendo valores para posteriormente repassar- -lhe em pequenas fracções”. Desta forma, foram adquiridos imóveis na cidade e província de Maputo, cidade de Quelimane, entre outros, e ainda a contratação da empresa Arktek, que se dedica à consultoria em projectos de construção civil, engenharia e fiscalização de obras, por via da qual foram feitas obras, inclusive de remodelação de uma discoteca localizada na zona de Belo Horizonte, na província de Maputo.

Por via das ligações entre Fabião Mabunda e Ângela Leão deverão ser ouvidos de forma sucessiva outros co-réus como Sidónio Sitoe, Khesaujee Ishwardas Pulchand, Naimo José Quinbine e Simione Jaime Maumane que, de forma directa e indirecta, movimentaram parte dos cerca de nove milhões de dólares que amanhã vão à discussão em tribunal. Leia mais…

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