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A iniciativa One Belt, One Road ganha parceiro de peso

Por Idnórcio Muchanga

A África do Sul acolheu a primeira manobra conjunta que junta as marinhas de guerra da África do Sul, da China e da Rússia. A manobra, que durou quinze dias, 15 a 30 de Novembro de 2019, decorreu nas águas territoriais sul-africanas. Com esta manobra, a China deve dar-se por satisfeita por ter conseguido a parceria de um dos países mais importantes de África. Obviamente poder- -se-ia abordar este assunto de forma ampla para se poder ler as implicações tanto para o continente africano, como para a Rússia, para a China e para o mundo. Contudo, aqui optou-se por discutir este assunto tendo em conta o seu significado para a China no âmbito da iniciativa do Governo chinês One Belt, One Road.

De facto, a iniciativa One Belt, One Road foi lançada oficialmente em 2013, com o objectivo de dinamizar o comércio internacional através do desenvolvimento de infra- -estruturas no mar e em terra, a nível global. Desde então, a China tem vindo a construir, de forma progressiva, as alianças e infra-estruturas necessárias para a materialização do sonho cuja meta para o funcionamento da iniciativa em pleno é 2049. A iniciativa tem conseguido a adesão de muitos países, incluídos países europeus como a Alemanha e a França. Por exemplo, Emanuel Macron esteve na China no dia 4 de Novembro de 2019 para reforçar as relações comerciais.

Apenas os EUA, de forma aberta, não vêem com bons olhos o One Belt, One Road, porque a materialização desta iniciativa pode catapultar a China ao estatuto de hegemonia global. Um estatuto (de hegemonia) que os EUA perderam no início do século XXI com o surgimento das potências emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) que instauraram um sistema internacional multipolar e inclusivo, do qual os EUA são parte integrante. Portanto, o sucesso da iniciativa One Belt, One Road é, sem dúvida, uma afronta à vontade hegemónica americana. No caso vertente, a manobra conjunta é uma vantagem estratégica, porque a China passa a ter uma relativa facilidade de materializar os seus interesses, pela proximidade que o evento (manobra conjunta) estabeleceu.  Leia mais…

Por Paulo Mateus Wache*

PWache2000@yahoo.com.br

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