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José Mário Vaz, o Presidente ilegal que demitiu o Governo legal

Por Idnórcio Muchanga

A Guiné-Bissau volta a ser notícia pelas piores razões. Em causa está a exoneração de Aristides Gomes, Primeiro-ministro, e do seu Governo. O mais paradoxal é o facto de o Presidente cujo mandato terminou a 23 de Junho de 2019, portanto ilegal, exonerar um governo legal eleito em Março último.

Diga-se de passagem que o Presidente, que é ao mesmo tempo candidato à sua própria sucessão, se mantém no poder, supostamente protocolar, graças à protecção ilegal da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). Foi a CEDEAO que a 29 de Junho de 2019, contra tudo e todos, decidiu, em Abuja, que José Mário Vaz deveria se manter no poder até a realização de eleições presidenciais que foram marcadas para 24 de Novembro corrente.

Tudo indica que a aproximação da data das eleições está por detrás da estratégia de José Mário Vaz que se resumiria na criação de uma crise que levasse ao adiamento das eleições ou instalar um governo que facilitasse a sua reeleição. A primeira tentativa de criar a crise foi ensaiada no dia 26 de Outubro, quando um grupo de cidadãos realizou protestos que desembocaram na morte de um cidadão. Os protestos foram transformados em cavalo de batalha por José Mário Vaz que acusou o Governo de não estar a controlar o ambiente doméstico conducente à realização de eleições presidenciais. A partir deste argumento exonerou, no dia 28 de Outubro, o Governo de Aristides Gomes, nomeando para o seu lugar um governo chefiado por Faustino Imbali que tomou posse no dia 31 de Outubro. Leia mais…

Por Paulo Mateus Wache*

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