Terminou, recentemente, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova Iorque, nos EUA. Dos vários assuntos “candentes” discutidos um se notabilizou pela postura dos representantes dos Estados envolvidos: a questão da Caxemira que, desde Agosto, tem estado no topo da agenda dos irmãos indianos. Enquanto Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, optou por não fazer referência, no seu discurso, à tensa questão da Caxemira, Imran Khan, primeiro-ministro do Paquistão, soou o alarme fazendo crer que se pode assistir um banho de sangue naquela região disputada. O silêncio indiano e o alarmismo paquistanês consubstanciam-se como duas estratégias tendentes a, cada uma das partes, “ganhar louros” no concerto das nações.
O problema da Caxemira existe desde que os “irmãos indianos” seguiram caminhos “opostos” em 1947, quando dois Estados surgiram a partir da separação de um mesmo povo: a Índia, de maioria hindu, e o Paquistão, de maioria muçulmana. A separação deixou “feridas incuráveis” ligadas à Caxemira, especialmente a controlada pela Índia, de tal modo que os dois “irmãos” já travaram algumas guerras pelo controlo da região autónoma. Eventualmente, um meio-termo foi encontrado com a atribuição de um estatuto de autonomia à Caxemira indiana e o conflito entre os dois países entrou na sua fase latente/dormente, ainda que mantendo-se como constante motivo de tensão.
A decisão das autoridades indianas, em 5 de Agosto passado, de remover o estatuto de autonomia à região elevou, mais uma vez, à escalada da tensão entre os “irmãos indianos”. Há relatos de que os indianos bloquearam, desde Agosto, qualquer possibilidade de comunicação da Caxemira com o resto do mundo. Há, supostamente, imposição de recolher obrigatório e violação de direitos dos residentes na região autónoma. Leia mais…
Por Edson Muirazeque *
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