Eles estendem-se pelas areias brancas da praia. Desligam-se do concreto e estabelecem um diálogo com o invisível. O mar torna-se um verdadeiro altar, por dentro e por fora.
Cor e luz (divina) resplandecem e ganham espaço em momentos de louvor feitos ao vento, numa combinação “mais que perfeita”. Um movimento invariável e combinado de pernas “desarruma” o soalho alvo gratuitamente oferecido pela natureza. São os crentes da igreja zione que giram, giram, fortificando o compromisso com o omnisciente, omnipotente e omnipresente, um exercício feito geralmente sob orientação de pastores.
Hilário Zanga é um destes homens, que se apresenta equipado de bengala e batina de cor branca presa por um xifungo (corda) de confecção ímpar que lhe circulava a cintura franzina. Ele monitorava as manifestações de “Helena”, uma mulher “possuída”, que fora parar ao terreiro por culpa das forças do além.
Movimentada à semelhança de um xindire (pião), entrou para a roda da investigação profunda, que terminaria minutos após se detectar “um espírito”, que se apresentou aos olhos da reportagem do domingo como um velho e bom “guerrilheiro”. Leia mais…
Texto de Carol Banze
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