A violência armada não voltará a ser forma de resolução de quaisquer que sejam diferenças em Moçambique.
Esta foi a tónica das intervenções feitas esta tarde pelo presidente da República, Filipe Nyusi, e pelo líder da Renamo, Ossufo Momade, momentos após ter sido assinado o acordo de Cessação Definitiva das hostilidades militares, cerimónia realizada no interior do Parque Nacional da Gorongosa, na província de Sofala.
No acto testemunhado por membros do governo, corpo diplomático acreditado em Maputo e população local, as duas lideranças assumiram o compromisso de cumprir na letra e no espírito os termos do entendimento rubricado, o qual marca o fim das confrontações militares.
"Estamos a abrir uma nova página na história de Moçambique", disse o presidente Filipe Nyusi, para quem o acordo acabado de assinar representa um grande passo no processo de reconciliação entre os moçambicanos.
"Enterramos em definitivo a confrontação armada entre a Renamo e o Governo", considerou o Chefe do Estado, depois de recordar os passos até aqui dados, com destaque para aprovação pelo parlamento do pacote de descentralização e da lei da amnistia, bem como o lançamento do DDR.
Por seu turno, o presidente da Renamo disse que a assinatura do acordo simboliza acima de tudo o reencontro entre a família moçambicana há muito desavinda.
"Quero garantir que enterramos a lógica da violência como forma de solucionar as nossas diferenças. Os moçambicanos passarão a ser bem falados pelo mundo", disse.
Momade Ossufo apelou a comunidade internacional para apoiar todo o processo de reintegração dos homens armados da Renamo, cujo registo foi lançado segunda-feira em Gorongosa.
Refira-se que este acordo é o final feliz do diálogo entre o presidente da República e a liderança da Renamo que tendo começado por contactos telefónicos culminou com a ida do chefe do estado a Gorongosa para encontro directo.
