Eles buscam por melhores condições de vida. Entregam-se ao incerto e correm perigo. Ficam vulneráveis ao tráfico. O tráfico de seres humanos. A poucos dias da comemoração do Dia Internacional de Luta contra o Tráfico de Pessoas, que se assinala próxima terça-feira, as autoridades de justiça e diferentes organizações nacionais e internacionais coçam a cabeça de preocupação. Fazem o que estáao seu alcance para reprimir estes actos, mas a exiguidade de meios de trabalho, assim como o secretismo no seio das famílias vítimas, muitas vezes têm contribuído para o insucesso das suas acções.
E o número de casos registados tende a aumentar. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o nosso país registou no ano passado 26 casos, contra 5 registados em 2017.
Trata-se de crianças, jovens e mulheres aliciados com promessas de uma vida melhor. Que abandonam o leito familiar e migram para as cidades capitais. Chegados lásão confrontados com realidades que nada têm a ver com as promessas feitas. Experimentam momentos amargos; humilhações e, sobretudo, de violação dos direitos humanos.
A nossa reportagem apresenta, em seguida, dois casos que ilustram o tormento dessas pessoas desencaminhadas.