O antigo primeiro-ministro da Guiné-Bissau Carlos Gomes Júnior disse confiar na justiça do país, caso pretenda esclarecer o paradeiro e a utilização dos 12 milhões de dólares que Angola doou ao país em 2012, como apoio orçamental.
Em curtas declarações aos jornalistas, à saída de mais uma reunião com os seus apoiantes, na passada sexta-feira, que o incentivam a concorrer às próximas eleições presidenciais, marcadas para 24 de Novembro, Gomes Júnior mostrou-se confiante na justiça, apesar de não se querer pronunciar muito sobre as declarações do Presidente do país, José Mário Vaz.
Em entrevista à Lusa e RTP, José Mário Vaz afirmou ser o momento oportuno para que o Ministério Público averigue a utilização e o paradeiro dos 12 milhões de dólares (10,7 milhões de euros) doados por Angola, uma vez que os protagonistas estão todos no país, referindo-se a si próprio (era, na altura, ministro das Finanças), aos então secretários de Estado do Orçamento e Assuntos Fiscais e do Tesouro, a Carlos Gomes Júnior (então líder do Governo) e a sua filha, funcionária sénior de um banco onde o dinheiro foi depositado.
Sobre este posicionamento do actual Presidente guineense, o antigo primeiro-ministro preferiu não entrar em polémicas, mesmo ao ser confrontado com o facto de José Mário Vaz ter apontado a sua filha no caso do suposto desaparecimento dos 12 milhões de dólares de Angola.