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Não quero ouvir mais reclamações

Por Idnórcio Muchanga

– Presidente Nyusi aos empresários que o acompanham na visita de Estado a Portugal

O Presidente da República, Filipe Nyusi, orientou os empresários moçambicanos que o acompanham na visita do Estado a Portugal a capitalizarem parcerias com a contraparte portuguesa para explorarem negócios que se estão a criar no âmbito da exploração do gás natural da bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado.

Em finais do mês passado, a Anadarko anunciou, em cerimónia realizada na cidade de Maputo, a decisão final de investimento para construção da planta de liquefação do gás natural da Área 1 da bacia do Rovuma, num projecto orçado em 20 biliões de dólares norte-americanos e com potencial para geração de 45 mil postos de trabalho entre directos e indirectos.

Temos agora uma febre de gás, mas acreditem que não são muitos moçambicanos que se vão tornar empresários directamente por causa do gás. Por isso, o que devemos fazer é encontrar formas para fornecer produtos e serviços relacionados com a cadeia de valor do gás que inclui transporte, alimentação, alojamento, diversão, segurança e outros”, disse Filipe Nyusi.

O Presidente da República fez este pronunciamento ontem durante uma conversa com os empresários moçambicanos, antecipando a realização esta manhã, em Lisboa, do seminário empresarial subordinado ao tema “Parcerias para o Desenvolvimento de Moçambique e Portugal”, cuja cerimónia de abertura será por si presidido, na presença do Primeiro-Ministro Português, António Costa.

Pensemos naquelas actividades que podemos fazer com melhor qualidade e de forma sustentável”, acrescentou referindo, de seguida que “o estabelecimento de parcerias com os empresários portugueses deve ser visto também como uma forma de adquirir conhecimento e credibilidade para competição no mercado não só moçambicano como também no europeu.

Para o efeito, conforme o Presidente da República, o empresariado moçambicano precisa de ser mais ousado, libertando-se de preconceitos que muitas vezes o impedem de crescer. “Não quero mais ouvir os empresários a reclamarem a falta de apoio, porque as parcerias são uma forma de superar esse défice. Não devemos ter medo dos empresários de outros países, sob pena de não evoluirmos”.

Entretanto, o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, que lidera a missão empresarial à Lisboa, enalteceu o esforço do Governo para a internacionalização das empresas nacionais.

No mesmo encontro, Agostinho Vuma disse que a integração de empresários nas comitivas do Presidente da República ao estrangeiro está a resultar em parcerias concretas, tendo citado como exemplos a assinatura de acordos empresariais no âmbito das deslocações efectuadas em anos anteriores ao Botswana e à Áustria.

Refira-se que depois da abertura, esta manhã, do seminário de Parcerias para o Desenvolvimento de Moçambique e Portugal, o Chefe do Estado vai manter um encontro com o Primeiro-Ministro português, sendo que no final desta cimeira serão assinado 13 acordos jurídicos de cooperação.

À tarde, Filipe Nyusi vai se encontrar com a comunidade moçambicana residente em Portugal para a cumprimentar e ouvir as suas preocupações, fechando assim a agenda pública do segundo dia da visita de estado à Portugal.

Texto de António Mondlhane, em Lisboa

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