O distrito de Boane, na província de Maputo, está a registar progressos no abastecimento de água como resultado da construção de raiz de novos sistemas em trinta bairros e que beneficiam a mais de 35 mil pessoas.
Na mesma sequência, foram construídos sanitários melhorados em algumas residências, escolas e centros de saúde para o provimento de serviços básicos de saneamento e de higiene pessoal e colectiva.
Há cinco anos, apenas dois bairros tinham água, num universo de 33 existentes na autarquia de Boane, tendência revertida com a construção de fontanários que abrangeu 30 bairros, faltando três, nomeadamente, Filipe Samuel Magaia, Tchonissa e Samora Machel.
O caso mais gritante era da comunidade de Manhanhane, onde a população consumia água inadequada, que era captada do rio directamente para as torneiras, sem nenhum tipo de tratamento.
Para o reverso deste cenário, o Governo, em parceria com a organização não-governamental WaterAid e outras instituições, através do programa denominado “Lisima Lavu Basisi”, construiu pequenos sistemas instalados a distâncias de menos de 500 metros para o abastecimento de água a mais de 35 mil pessoas.
Para tal, foram investidos cerca de seis milhões de dólares americanos para a construção e instalação de vários sistemas e fontanários nas comunidades de Ambrosio, Eduardo Mondlane, Marien Ngouabi, Saldanha, 25 de Junho, Gimo, Umpala, Rádio Marconi, Tchonissa, 7 de Setembro e Manhanhane, entre outras zonas. Para a sustentabilidade dos empreendimentos foram entregues a uma gestão privada.
No bairro 7 de Setembro, no Conselho Autárquico de Boane, foram construídos três fontanários e fez-se a ligação de água a partir da Estação de Tratamento de Água (ETA) do Fundo de Investimento de Património para Abastecimento de Água (FIPAG), existente na região de Mazambanine.
Deolinda Mabuie, residente do bairro 7 de Setembro, disse que anteriormente tinha de percorrer longas distâncias para tirar água no rio Umbeluzi e esta viagem era feita várias vezes por dia. “Outros usavam carroças de tracção animal e há os que usavam carros. Agora a situação reverteu-se, temos água por perto”, enalteceu.
O alívio de ter acesso à água é igualmente sentido por Elsa Chilavi, de 61 anos, que cuida do local onde o fontanário foi construído. Residente na zona de Saldana, diz que por causa da idade já lhe era difícil se deslocar à barragem ou aos Serviços Municipalizados de Água e Electricidade (SMAE) à busca de água.
Por sua vez, o presidente da autarquia de Boane, Jacinto Loureiro, disse que está ciente da necessidade de se continuar a trabalhar no sentido de aproximar a água às populações. Segundo ele, um dos grandes desafios é criar mecanismos para a construção da rede de distribuição da água, de modo a permitir que todas as casas tenham acesso ao precioso líquido.
“Este programa mudou drasticamente a situação em que nos encontrávamos, pois as populações já podem ir ao fontanário buscar água. Os desafios continuam, mas, considerando o que era antes, a situação é diferente”.