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Oito mil moçambicanos praticam aquacultura

Por Idnórcio Muchanga

Perto de oito mil produtores moçambicanos estão envolvidos na prática da aquacultura de pequena escala, incluindo unidades que desenvolvem a actividade em moldes comerciais.

Nas regiões situadas no interior do país, a actividade tem contribuído sobremaneira para superar o défice alimentar das populações, além de gerar renda e postos de emprego.

Dados a que tivemos acesso apontam que até o ano passado havia uma produção global de pouco mais de três mil toneladas, contra cerca de 600 toneladas que constituam a média registada na última década.

Ainda no que se refere ao desenvolvimento da aquacultura de pequena escala, a província de Inhambane é a que mais se destaca, com diversos produtores empenhados na produção destinada ao auto-sustento.

Em termos de desenvolvimento da actividade em moldes comerciais, salientam-se unidades como a “Aquapesca”, que faz a produção de camarão na Zambézia. Quanto à produção de peixe destacam-se a “Chicoa Fish Farm” e a “Poelela”, cujos índices de produção se apresentam em grande escala.

A primeira unidade que atrás nos referimos, cuja base de intervenção está na Albufeira de Cahora Bassa, em Tete, exporta grande parte da sua produção aos países vizinhos, designadamente Zimbabwe, Malawi e a Zâmbia, tendo o ano passado colhido uma média de 100 toneladas.

TILÁPIA DE NILO

E TILÁPIA MOÇAMBIQUE

Nas águas interiores, a aquacultura está a ganhar claramente terreno, tendo começado a ser desenvolvida de forma isolada e em moldes tradicionais.

A existência do mar, lagos, lagoas e rios, aliada às excelentes condições climatológicas fazem com que muitas pessoas encareçam esta actividade como base para sustentar as necessidades de consumo alimentar e de aumento de renda. As províncias onde mais se desenvolve a aquacultura são as de Inhambane, Gaza, Manica, Tete, Niassa e Zambézia, cuja variedade de espécies em cultivo são capazes de causar inveja a muitos países. Duas espécies sobressaem na riqueza que o nosso país dispõe, designadamente a “tilápia do Nilo” e a “tilápia de Moçambique”.

Outras espécies se destacam a par desta actividade, como o camarão, fundamentalmente na província da Zambézia, bem como a “carpa”, o “peixe barba” e o “mexilhão”.

Na província de Nampula, destaca-se o desenvolvimento de um projecto de maricultura, que consiste na produção de macroalgas a título experimental.

Texto de Benjamim Wilson
benjamim.wilson@snoticicas.co.mz

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