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Com as raposas devemos ser uma raposa

Por Idnórcio Muchanga

Bula-Bula pediu emprestado o título a Thomas Fuller, religioso e historiador britânico, célebre pelas leituras sociológicas que fazia na sua época (século XVII). O seu pensamento continua válido à luz dos fenómenos que temos estado a testemunhar nos últimos tempos.

Há dias, Bula-Bula ficou estarrecido com imagens de um homem (?) todo chamuscado, roupas esfarrapadas e visivelmente abalado, a tentar manter-se em pé sem sucesso. A narrativa é simples pelo que se pôde perceber pelas vozes: dois malandros tentaram roubar alguns componentes eléctricos num Posto de Transformação (PT). As coisas deram para o torto e pelo menos um dos patifes apanhou um “esticão” que o deixou “maluco e com energias alternativas a bramirem na cabeça”.

Em meio ao turbilhão de luzes que deviam estar a toldar-lhe o juízo e os reflexos, disse que queria tirar peças de vestuário que estavam no PT. Deus. Ali é sítio para guardar cuecas? Mas o povo, cansado de malandros, disse alto e bom som que aquilo era uma justificação deslavada. O tipo era um malandro.

Estórias de pessoas electrocutadas por tentativas de roubos abundam, infelizmente. Azaradamente, as tentativas de surripiar cabos e outras coisas ‒disjuntores, óleos, parafusos, etc. ‒continuam e a EDM já se queixou dos prejuízos dessas práticas que ascendem aos milhões de dólares… é dinheiro que podia ser usado para melhorar a qualidade de energia que nos servem…

Bula-Bula, entretanto, ficou a saber que o sabujo depois de detido e conduzido aos serviços hospitalares ‒estava mesmo a precisar depois de levar com uma trombada eléctrica que lhe rasgou as carnes e as roupas ‒ensaiou uma fuga, mas a Polícia rapidamente apanhou o pilantra… pudera, o desgraçado mal sabia em que planeta estava por causa dos Watts que ainda lhe zurziam nos sentidos de orientação. 

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