“O serviço de reconstrução e recuperação pós-ciclone elaborará um relatório anual de execução e todos os documentos serão públicos. Será aplicada uma abordagem de tolerância zero à corrupção”, assegurou o Governo moçambicano, num compromisso assumido perante os parceiros de cooperação.
E mais do que isso, o Presidente da República, Filipe Nyusi, que ontem dirigiu a Conferência Internacional de Doadores, disse que todas as promessas feitas de ambas as partes só se vão tornar efectivas com a estabilidade e a paz e assegurou que o Governo tudo fará para o alcance deste objectivo.
“Tudo faremos para honrarmos os apoios dos nossos amigos. Nesta semana (que hoje começa) voltarei a trabalhar arduamente para ver se conseguimos ter a paz efectiva em Moçambique. Referiram-se aqui à questão de liderança em todo este processo. Estou aqui com todo o meu Governo”, sublinhou.
Durante a conferência que decorreu sob o lema “Por uma recuperação rápida, resiliente e inclusiva”, o Presidente da República frisou que serão aprimorados princípios de inclusão necessária para que as áreas afectadas sejam reconstruídas em tempo recorde e reiterou o compromisso de combater a corrupção pela adopção de mecanismos de transparência porque, segundo frisou, ela não dá espaço a actos de corrupção.
“Foi por isso que solicitei que o comunicado final desta conferência fosse lido aqui para que todos conheçam os resultados do trabalho que fizemos”, disse, acrescentando que o Gabinete de Reconstrução pós-Ciclones Idai e Kenneth deverá ser auditado e todos os trabalhos fiscalizados.
Também fez saber que os programas e projectos que vão ser desenhados devem obedecer a padrões internacionalmente aceites “porque todos sabemos quanto custa um quilómetro de estrada ou uma casa”.
A este propósito, apelou aos parceiros de cooperação para que colaborem no apuramento dos valores reais das obras, bens e serviços a serem utilizados na reconstrução. Ajuntou que o Governo continuará a comunicar permanentemente como mecanismo de transparência e de busca de mais apoios.
Durante a sua intervenção, o Presidente da República enfatizou que antes destas calamidades o país estava a sair devagar, mas seguramente, da crise financeira, porém, haverá um abrandamento do crescimento do Produto Interno Bruto e o aumento do défice orçamental.
“Isto terá implicações graves nos níveis de pobreza e produção colocando à prova a nossa governação, mas estamos determinados a enfrentar todas as adversidades. Será longo o caminho da reconstrução porque irá demandar recursos financeiros, humanos e materiais de que o país não dispõe”, disse.
Texto de Jorge Rungo, nosso enviado à Beira