Tremem-lhe as mãos, os pés e a boca. Constantemente, sente-se cansada, com intensa fraqueza muscular e sensação de falta de coordenação motora. Tarefas simples, como cuidar da higiene pessoal, tornaram-se impossíveis, aliás “já não sou dona de mim”. Esta é a história de Mariana Mazivila, mulher moçambicana de 87 anos que padece de Parkinson.
A doença de Parkinson, a segunda mais comum do sistema nervoso central após Alzheimer, afecta um por cento da população mundial acima dos 65 anos, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Compromete os movimento e traz progressivas limitações à vida quotidiana dos doentes.
Em Moçambique, não há actualmente estatísticas que dão o número exacto dos doentes de Parkinson. Aliás só existem nove neurologistas em todo país. Cinco na província de Maputo, dois em Sofala e outros dois em Nampula.
Mariana Mazivila faz parte da lista dos 90 doentes parkinsonianos que são seguidos nas consultas de neurologia, entre as terças e quintas-feiras, das 7:30 às 11:00 horas no Hospital Central de Maputo (HCM), unidade visitada pelo domingo.
São pacientes que apresentam a doença, caracterizada sobretudo por tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e instabilidade postural, nas suas diferentes fases. As consultas são de três em três meses.
Tremores nos braço e pé esquerdos foram os primeiros indícios de Parkinson em Mariana. Tempos depois, a idosa perdeu também o controlo do pé e braço direitos. Mais tarde começou a tremer a boca.
Inicialmente, julgava-se que fossem sintomas naturais à sua idade e por isso “não ficamos alarmados”, conta uma das filhas que acompanha a idosa para mais uma consulta hospitalar.