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Buracos e lama da nossa política

Por Idnórcio Muchanga

O falecido jornalista Augusto Carvalho, mentor de muitos escribas que ainda povoam a Redacção deste semanário, costumava dizer que “um Homem nunca devia sair de casa sem primeiro medir o seu tamanho”.

Vejam só o caso do secretário-geral do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) que pegou num desses Ford Rangers que são alegremente distribuídos entre os deputados da Assembleia da República e foi enfiá-lo num lodaçal algures na Aldeia de Nivussacove, Localidade de Samora Machel, Posto Administrativo de Ocua, Distrito de Chiúre, província de Cabo Delgado.

Diz ele que ia visitar a comunidade e, ao fim e ao cabo, acabou perdendo oito horas a tentar tirar o carrão do lodo não lhe valendo de nada a tracção às quatro rodas, a robustez do motor, a virgindade dos pneumáticos, a revisão em dia, entre outros. Parece que faltou habilidade mas, isso é o que diz a má-língua. 

Ao que Bula-bula cogita de forma livre, justa e transparente, aquela população nem percebeu bem o que o ilustre ia lá fazer. Certeza mesmo, é que deu-lhes uma trabalheira por um turno inteiro. Mas, até aí, nada de extraordinário.

A coisa começa a mudar de figura quando o homenzinho consegue se desfazer do imbróglio em que se meteu sozinho e vem às redes sociais relatar, como se de um extra-terrestre se tratasse, que (e citamos tim-tim por tim-tim) “é de lamentar por um governo que a 40 anos no poder passa a vida a apresentar fraqueza na gestão de estradas sabendo-se que anualmente é concedido vários apoios para manutenção de estradas em pagamentos dos impostos, das taxas e os financiamentos para obras vindas do exterior e efetuas por varias organizações internacionais”.

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