As seguradoras nacionais dizem que acultura de seguro ainda é muito fraca no paísdevido à faltade educação e literacia financeira e do baixo rendimento das família, o que faz com que muitos pensem que se trata de um serviço de luxoe só aderem por força dos bancos,no âmbito do crédito ao consumo.
A falta de conhecimento sobre a importância da protecção do património faz com que o seguro não seja considerado como uma prioridade e necessidade no país, diferente de outras partes do mundo onde praticamente faz parte das despesas básicas.
As empresas seguradoras dizem que famílias e até mesmo instituições e empresas escusam-se de pagar pelo seguro porque, na sua lógica, não se recebe nada em troca pela contratação deste tipo de serviços. Para além disso, e no caso das famílias, aprioridade é assegurar condições básicas de sobrevivência, nomeadamente a alimentação, transporte, saúde e educação.
Dados disponíveis indicam que das20 seguradoras que operam no país, 16 fornecem serviços diversos relacionados ao bem patrimonial, desde incêndio, tempestades e inundações, ciclones, terramotos, riscos elétricos, perdas de exploração e responsabilidade civil. No que se refere aos bens sãoincluídosimóveis habitacionais, instalações de empresas, fábricas, equipamentos, entre outros.
Apurámos que com o seguro depatrimónio é possívelmitigar riscos, prejuízos e ou perdas financeiras sofridas e que possam ter sido causados pela ocorrência de um eventoinesperado, como aconteceu recentemente com os ciclones Idaie Kennethque, no caso do Idai destruiu por completo um total de 85.265 casas, entre outras infra-estruturas sociais e económicas
Também nos foi revelado que nesta categoria,os serviços mais procurados são os ligados ao comércio e serviços devido à fragilidade desta actividade e, no caso dos singulares, estes recorrem ao seguro de habitação apenas por causa da exigência dos bancos comerciais aquando de contratação de créditos ao consumo. Mesmo assim, grande parte dos singulares cancela o seguro logo que termina de pagamento do crédito.
Angelina Chongo, directora da Área de Seguros Patrimoniais da Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE), por sinal a maior e mais antiga seguradora do país, afirma que “são muito poucos” os singulares que tem a iniciativa de fazer o seguro das suas casas. “Apenas uma pequena parte das classes média-baixa e média-alta é que costuma aderir de forma liberal”.
Sublinha que “oque falta é conhecimento. Há um trabalho de divulgação que deve ser feito, até porque o seguro para habitação, por exemplo, é mais acessível do que o seguro obrigatório para viaturas, mas há uma espécie de tabu que impede as pessoas de aderir”.
Esclareceu ainda que o seguro de património tem a ver com todos os bens em termos patrimoniais, desde que sejam susceptíveis de ser avaliados. “Tem que ser algo tangível, material, que pode ser avaliado”.
domingo apurou que existem três classes de seguros patrimoniais, nomeadamente seguro multi-risco para habitação que é específico para casas, seguro de multi-risco comércio e serviços que é mais para a classe comercial e abrange empresas que prestam serviços ou comercialização de bens e o seguro multi-risco industrial que abarca o património de natureza industrial do tipo fabril, como armazéns.
Num outro desenvolvimento, a nossa entrevistada referiu que algumas pessoas deixam de fazer o seguro do património porque não possuem o título de Uso e Aproveitamento de Terras (DUAT), quando essa não é condição.
Texto de Angelina Mahumane