As comunidades rurais de várias localidades dos distritos de Tsangano, Angónia e Macanga, na província de Tete, foram recentemente capacitadas em noções básicas de nutrição no âmbito das acções tendentes à redução da desnutrição crónica.
Trata-se de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) com financiamento da União Europeia, no valor de 5 milhões de Meticais. Tem como interlocutores crianças do ensino primário que terão a missão de transmitir às respectivas famílias mensagens sobre higiene e nutrição.
Esta abordagem tem em vista acelerar o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, nomeadamente a promoção da educação nutricional nas crianças, transformando-as em agentes para a mudança de comportamento nas comunidades.
Em contacto com domingo na comunidade de Mwanjete, distrito de Tsangano, o régulo Lino Chazuka afirmou que, como resultado do trabalho em curso, já se nota alguma mudança no comportamento das famílias e matéria de higiene e nutrição.
“Hoje vemos pequenas hortas nos quintais como resultado do que as nossas crianças aprendem nas escolas sobre nutrição”, disse o dirigente.
Acrescentou que “não faz sentido haver crianças desnutridas numa zona como nossa, com potencial para pecuária e produção de hortícolas”, lamentou Chazuka.
Alguns líderes comunitários explicaram que habitualmente as famílias rurais partilham a comida num único recipiente, juntando adultos e crianças, o que contribui para uma alimentação deficiente.
Actualmente o cenário já é diferente porque as famílias já fazem partilha justa de alimentos, segundo Laina Jeckson, da aldeia de Cambedza, em Macanga.
As crianças, segundo as fontes, tinham o hábito de comer rápido porque o prato era comum.
BERNARDO CARLOS