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É simples… peixe morre por morder o anzol

Por Idnórcio Muchanga

A semana que terminou foi rica em “posts” interessantes. O futebol ‒por conta do que aconteceu com malta Barcelona e quejandos ‒dominou… mas, no rescaldo, foi uma bela senhorita que roubou a cena toda por causa de uma frase que se arrisca a ficar nos cânones do vitupério e mal dizer.

A dita-cuja, por sinal deputada pela bancada da Frelimo, que responde pelo nome de Alice Tomás, disse mais ou menos o seguinte: “Aquela (Fátima Mimbire) precisa ser violada com 10 homens fortes cheio de energia. E depois lhe deixar ir embora. Porque aquela boca só tira palavras venenosas para o Povo Moçambicano”.

Bula-Bulaficou tipo “zuumm”. Diz-se uma coisa daquelas? Sem pretensões moralistas ‒que atire a primeira pedra quem nunca disse uma asneira ‒dá para ficar com a cara a banda. Uma mulher ‒ainda por cima deputada ‒dizer uma sandice daquele jaez?

Ingenuidade em adultos é muitas vezes encantador, mas quando somada ao escárnio e mal-dizer é indistinguível da estupidez. Ora, a nossa bela Alice Tomás, num acto do qual deve estar a fazer as contas, disse aquelas palavras contra a bela Fátima Mimbire. Peixe morre pela boca e esta é bem antiga.

A sabedoria popular diz que em briga de comadres não se mete o bedelho, mas no caso em apreço dá para alvitrar algumas pitadas de sal… e questionar mesmo ‒já que isso não ofende ‒o que vai nas cabeças dos nossos concidadãos para andarem aos “tiros” verbais numa altura em que se fala de desarmar as mentes e cultivar o espírito de paz e boa convivência?

Ademais, vivemos uma sociedade moralista onde todas as desculpas são válidas para desancar o próximo. Temos os vigilantes dos bons costumes que não perdem a chance para dar “cacetadas” nos outros usando ‒curiosamente ‒as mesmas armas. Lá dizia a Irene Peter que “só porque tudo está diferente não significa que alguma coisa mudou.”

E é uma pena que assim seja.

 

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