A realização da Plataforma Global para a Redução de Risco de Desastres (GP2019), que vai ter lugar a partir de amanhã, em Genebra, na Federação Suíça, será uma oportunidade para o Governo moçambicano agradecer à comunidade internacional pela pronta ajuda disponibilizada na sequência dos ciclones Idai e Kenneth.
O agradecimento será feito na GP2019 que é organizada pelo Escritório das Nações Unidas para a Redução de Risco de Desastres (UNSDR) e que vai reunir cerca de 5000 pessoas, entre chefes de Estado e de Governo, peritos em gestão de calamidades naturais, jornalistas, académicos, entre outros para a discussão dos progressos regionais e continentais voltados para minimizar os danos provocados por eventos desta natureza.
Segundo o vice-ministro da Administração Estatal e Função Pública, Albano Macie, que vai encabeçar a delegação moçambicana, a prontidão do mundo, inclusive, países que não possuem representações diplomáticas em Maputo, permitiu localizar e resgatar milhares de pessoas e ainda assegurar a sua assistência em víveres e abrigo.
Macie recordou que, a par da ajuda internacional, o Governo reconhece e também se mostra agradecido pelo intenso movimento de solidariedade de moçambicanos para moçambicanos que prossegue até agora e que permite que as famílias afectadas retornem à sua vida normal.
Ainda no decurso da GP2019, o Governo moçambicano diz que vai aproveitar a oportunidade para atrair a atenção do mundo para a realização da Conferência Internacional de Doadores que terá lugar na cidade da Beira no final deste mês com o objectivo de angariar apoios para a reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth.
“Vamos igualmente manifestar o nosso cometimento para o alcance das metas do Quadro de Sendai para a Redução de Risco de Desastres que orientam os países a implementarem políticas conducentes à redução da mortalidade em resultado de calamidades naturais, perdas económicas, entre outros”, disse.
Ainda no decurso da Plataforma Global, Moçambique deverá dar a conhecer os progressos na implementação do referido Quadro de Sendai, entre os quais se destaca a aprovação do Plano-Director para a Redução do Risco de Desastres 2017-2030.
Conforme aludiu, este instrumento de governação está alinhado com a Lei de Gestão de Calamidades aprovada em 2014 e que contém o regime jurídico da gestão de calamidades, do qual resultam as elaborações e implementações dos Planos Anuais de Contingência.
“Falaremos sobre as limitações que observámos na implementação de alguns aspectos contidos neste quadro, sobretudo em relação às metodologias para a compilação de dados, abordaremos as restrições em termos de capacidade técnica, meios humanos e financeiros, aspectos de monitoria, mecanismos de actuação e as alternativas que criámos para superar estas adversidades”, aludiu.
A delegação oficial moçambicana participará em mesas redondas ministeriais e sessões de diálogo de alto nível para discutir as perspectivas globais e regionais de redução de risco de desastres e essas sessões deverão ser usadas para divulgar os avanços estratégicos que o país está a alcançar para essa finalidade, incluindo a criação recente do Gabinete de Reconstrução pós-ciclones Idai e Kenneth.