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DONAS DE CASA: Sem salário horário férias…

Por Idnórcio Muchanga

Quando se pensa no trabalhador, olha­-se exclusivamente para quem é remu­nerado, tem horário definido, férias, entre outros benefícios. Entretanto, há um segmento anónimo de gente cujo quotidiano é feito de ta­refas domésticas que a obriga, quase sempre, a levantar cedo e deitar tarde, sem espaço para greves ou desculpas.

Sem direito à remuneração, férias, entre outras mordo­mias que, por exemplo, um empregado doméstico teria, as donas de casa raramente são reconhecidas como tra­balhadoras, até pelos seus parceiros e filhos.

Entretanto, as mesmas ac­tividades, quando entregues ao cuidado de empregados domésticos, merecem remu­neração e direito à sindicali­zação, entre outros.

À laia do Dia Internacional do Trabalhador (1.º de Maio), que se assinalou na passada quarta-feira, domingo pro­curou mulheres que, não ten­do emprego formal ou infor­mal, ocupam o dia-a-dia com tarefas domésticas cuja carga horária é de longe superior à de qualquer trabalhador co­mum.

Um estudo recente feito no Brasil mostra que uma mulher com emprego despende mais seis horas nas actividades do­mésticas do que um homem também empregado.

O mesmo estudo concluiu que, de uma forma geral, as mulheres ocupam-se duran­te mais de 21 horas sema­nais com tarefas domésticas enquanto os homens levam apenas a metade desse tem­po em trabalhos como lavar a loiça, varrer a casa, arrumar móveis, lavar e passar a rou­pa, cuidar das crianças, entre outros.

Apesar de a pesquisa que temos vindo a citar ter sido feita no Brasil, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Esta­tística (IBGE), bate com a rea­lidade moçambicana, onde se observa que cozinhar é a ta­refa que ocupa mais de 95 por cento das mulheres.

TEXTO DE ANGELINA MAHUMANE E IDNÓRCIO MUCHANGA

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