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Venezuela a caminho da guerra civil!

Por Idnórcio Muchanga

O conflito entre o Governo de Nicolás  Maduro e a oposição liderada por Juan Guaidó está a tomar contornos violentos que podem conduzir à guerra civil naquele país da América do Sul. Não é novidade que o Governo de Hugo Chaves (1999-2013) com a sua ideologia socialista hostilizou o Ocidente, contudo, a resposta a esta inimizade nunca foi sistemática, contínua e violenta como está sendo contra o Governo de Nicolás  Maduro. Na verdade, desde que Maduro assumiu o poder em 2013 nunca teve trégua do Ocidente que se socorreu tanto da media como da oposição para afastá-lo do poder. Nesse sentido, pode se dizer que Maduro está há seis anos a resistir, heroicamente, à interferência do Ocidente na Venezuela. Esta interferência, hoje, tem um rosto externo (cinquenta e dois países que reconhecem Juan Guaidó como presidente da Venzuela) e um rosto interno (oposição dirigida por Juan Guaidó).

A emergência de Guaidó tem a ver com a decisão do Tribunal Supremo de Justiça que, a 21 de Janeiro de 2019, anulou todos os actos aprovados pelo parlamento que era presidido por Juan Guaidó desde 5 de Janeiro de 2019. A reacção de Guaidó não tardou: a 23 de Janeiro auto-proclamou-se presidente interino da Venezuela. Uma atitude que gerou reacções de aprovação e reprovação tanto a nível doméstico como a nível internacional. A nível doméstico o povo ficou dividido em apoiantes de Maduro versus apoiantes de Guaidó. Em termos institucionais, apenas a Assembleia Nacional, por ser maioritariamente da oposição, apoia Guaidó, enquanto as instituições de Justiça e as forças de defesa e segurança estão do lado de Maduro. Em suma, a Venezuela entrou em alvoroço, havendo confrontos e mortes entre os apoiantes de Guaidó, por um lado, e de Maduro, por outro.

A nível internacional, a auto-proclamação de Guaidó teve como efeito imediato a formação de alianças informais, porque resultaram de reacções espontâneas de simpatia ou antipatia. Por um lado, formou-se a aliança anti-Maduro, composta pelos EUA (que estão disponíveis a intervir militarmente para depor o Presidente Maduro) e mais cinquenta um outros estados. Por outro lado, formou-se a aliança pró-Maduro, composta pela Rússia (que está disponível a defender militarmente ao Presidente Maduro), Cuba, México, Bolívia, Nicarágua, Turquia, China e Irão. A União Europeia, pela dificuldade de construir consensos que lhe é característica, prefere a indefinição, opinando apenas que a realização de novas eleições seria uma boa saída para a crise instalada.

Por Paulo Mateus Wache*
PWache2000@yahoo.com.br

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