Um dos casos sonantes e que vem alimentando a conversa em Moçambique é o pedido de extradição do deputado e antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, ora detido na África do Sul, mas que está a ser procurado também pela justiça norte-americana.
A procuradora-geral da República, Beatriz Buchile, explicou semana passada aos deputados da Assembleia da República que o pedido de extradição visa acautelar os interesses do Estado moçambicano, uma vez que, além da sua ligação com as dívidas não declaradas, Manuel Chang é elemento crucial para o esclarecimento de outros casos criminais em Moçambique.
A título de exemplo, a PGR instaurou um processo-crime autónomo, ainda na fase de instrução preparatória, em que Manuel Chang e outros três arguidos estão indiciados de actos de corrupção na adjudicação das obras de construção do Aeroporto de Nacala, província de Nampula, e na compra dos aviões Embraer.
Na ocasião, esclareceu que a acusação americana que deu lugar à prisão de Chang na África do Sul teve como base elementos da auditoria realizada pela Kroll, solicitada pela PGR moçambicana, o que, nas suas palavras, mostra o interesse de Moçambique neste processo.
Texto de Domingos Nhaúle