“Eu não penso. Pensar é o maior erro que um bailarino pode cometer. Eu apenas sinto” ‒Michael Jackson
Amanhã celebra-se um pouco por todo o mundo o Dia Internacional da Dança, efeméride criada em 1982 pelo Comité Internacional da Dança (CID) da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), em homenagem a Jean-Georges Noverre (1727-1810), um mestre do ballet francês que ficou conhecido por ter escrito uma das obras sobre a dança mais importantes da história, Lettres sur La Danse ou “As Cartas Sobre a Dança”, em português.
A dança, como se pode alvitrar, é a prova irrefutável de que a tradição é a força cultural dos povos. A dança tem o poder de captar e transmitir traços particulares de diferentes culturas através do somar de anos. A dança tem potencial para ensinar. Cada dança tem a sua própria personalidade. A sua finalidade. As danças podem ser um caminho para retransmitir as tradições, celebrações, rituais e cerimónias às gerações vindouras. A dança, no fundo, é gente.
É líquido que a vida de todo o indivíduo é composta pelo saber e pela cultura da qual faz parte. Desta forma, o seu saber e património cultural não podem ser desrespeitados, nem devem ser apenas o ponto de partida para a sua avaliação ou rotulagem, devem, sim, fazer parte do processo de formação do ser social. E, nesse quesito, a dança, uma vez mais, surge com toda a sua exuberância para indicar-nos outras possibilidades, outras realidades… na tristeza, na alegria!
Eu gosto da dança. Celebro a dança. Amanhã é Dia Internacional da Dança e o “Mapiko” (coincidência das coincidências, também uma dança) presta homenagem aos bailarinos que este país colocou sob os holofotes do mundo à custa de sangue e suor. Trabalho e crença. Amor e engenho. Força. Talento. Bailarinos que têm direito a ombrear com nomes como Alvin Ailey, Fred Astaire, Mikhail Baryshnikov ou a senegalesa Germaine Acogny, primeira bailarina de ballet clássico que depois optou por “misturar” a técnica europeia aos movimentos das danças tradicionais africanas com sucesso incrível. A experiência ganhou, aliás, repercussões pelo continente e é replicada com igual êxito.
Por Belmiro Adamugy