Estávamos, infelizmente, habituados que os consensos na nossa Assembleia da República acontecessem normalmente quando o tema a discutir fosse relativo às regalias dos nossos representantes do povo. Não era sem razão. O hábito de o nosso Parlamento se “encontrar” apenas em casos em que os interesses individuais, mas colectivizados na Magna Casa, falavam mais alto se haviam enraizado, tal que nada mais unia as bancadas parlamentares que não fosse o tacho. O resto, já se sabe, era tudo menos a discussão de assuntos nacionais.
Aliás, o nosso Parlamento já mereceu, por incrível que pareça, o nome de escolinha do barulho e, como tal, envergonhava a todos, menos aos nossos deputados de então. Estava também no hábito de todos de que não era estranho nem deprimente que determinada bancada se retirasse quando não concordasse com algum posicionamento da outra (invariavelmente, a maioritária).
Isso aconteceu, mesmo para não ouvir o informe da Nação, legalmente, dado pelo Presidente da República, que é o Chefe de Estado do qual os parlamentares são parte, simplesmente porque pertencia a um partido diverso. Só não passou por isso no período depois do Acordo Geral de Paz (AGP) o actual Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi.