Ela representa o rosto da mulher moçambicana: corajosa, perseverante, batalhadora, chefe de família e sensível à causa do próximo. Chama-se Helena Jeremias Macia, tem 52 anos de idade e é motorista de uma agência funerária, na cidade de Maputo, há nove anos.
Mulher de poucas palavras,mas de sorriso meigo, afirma que os ossos do seu ofício a fizeram vencer o medo da morte. “Perguntam-me comotenho coragem de transportarcorpos sem vida. Respondoque tenho mais medo de umhomem vivo do que de ummorto, porque do homemvivo não temos controlo”, afirma a nossa entrevistada.
Com efeito, orgulha-se do trabalho que faz. Aliás, para ela ser motorista de uma agência funerária não significa apenas transportar urnas, é muito mais do que isso.
“Muitas vezes tive de consolar famílias, apoiar emocionalmente e acompanhar viúvas à última despedida do seu ente querido”, conta.