Chegou ao fim o reinado de Abdelaziz Bouteflika, cujo mandato durou quase 20 anos (1999-2019). A reacção da sociedade argelina em relação à sua candidatura ao quinto mandato foi fundamental na renúncia de Bouteflika. Importa realçar que Bouteflika há-de ser lembrado certamente pela sua acção enérgica no processo da pacificação do país e pelo facto de ter sido forçado a deixar o poder pelos militares, os mesmos que apoiaram a sua ascensão.
Em relação ao processo de pacificação da Argélia, Bouteflika é uma figura incontornável, pois quando ele ascendeu ao poder, em 1999, a Argélia estava mergulhada numa guerra civil que durava desde 1992. Uma guerra que contava com vários grupos islamitas. Bouteflika não se inibiu, tendo começado o processo de pacificação proclamando uma ampla amnistia aos grupos rebeldes ao mesmo tempo que se dedicou à consolidação das instituições do estado, incluída a modernização das Forças de Defesa e Segurança.
O processo de pacificação conheceu o seu apogeu quando, em 2005, Bouteflika organizou um referendo em prol da “Carta presidencial para a Paz e a Reconciliação Nacional”. O resultado do referendo aprovou a carta, apesar de ter continuado a haver atentados suicidas durante o seu segundo mandato. Aos poucos e de forma consistente Bouteflika conseguiu pacificar o país que hoje vive em paz.