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IDAI que nos levou também a oposição!…

Por Idnórcio Muchanga

Idai, um nome que ninguém quererá dar a um seu filho nascido depois de 15 de Março de 2019, mesmo tendo em conta a coragem que por vezes se apossa dos pais, principalmente quando se trate de seus primogénitos ou daqueles que nascem envoltos de sofrimento atroz; de contrário não teríamos filhos com cada nome, incluindo Satanás, Víbora, Macaco, Feio, etc. etc.

Não acredito, porém, salvo com outro significado, que um par de pais se sente e dê o nome de Idai a(o) seu (sua) filha(o), ainda que seja em memória de quem tenha desparecido da face da terra por causa do fenómeno que acaba de deixar de boca aberta não só aos moçambicanos, mas também a todo o mundo, que nem sequer previra o que aconteceu na nossa geografia que confina as províncias de Sofala, Manica e algumas partes de Inhambane, Zambézia e Tete (aqui com a diferença de que era quando ainda se chamava depressão, antes de ir ao mar donde voltou com a força de Ciclone).

O rasto deixou-nos uma tarefa quase inútil de estimar o número de quem perdeu a vida ou ficou despojado dos seus bens. Nunca seremos capazes de dizê-lo com exactidão visto que o mundo não tem condições para tanto e, pior para nós, desde que a democracia nos ensinou a viver fora das aldeias, não mais ficamos controláveis, pois o povoamento disperso passou a ser a nova “organização”, havendo compatriotas que só sabem (iam) da sua existência.

Por motivos tanto horripilantes quanto catastróficos, derivados dessa hecatombe, passamos a constar, em poucos dias, do mapa mundial, representando um ponto geográfico aonde todos os esforços benevolentes deviam ser direccionados.

Os moçambicanos, desde que a Beira foi alcançável e de certa maneira comunicável, no domingo, dia 17 de Março, viraram as atenções para a capital de Sofala, onde sabíamos que vivíamos há milénios debaixo do nível médio das águas do mar e onde se desprendeu parte do nosso país para fazer o Madagáscar, ao sabor do movimento das placas tectónicas, que a história da formação da actual geografia física nos conta.

 
Por Pedro Nacuo
pedro.nacuo@snoticias.co.mz

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