Convencidos de que as suas vontades constituem ordens para os seus parceiros, os líderes do Ocidente foram “apanhados em contrapé” com o pronunciamento do ministro das relações exteriores da Hungria. Péter Szijjaártó avisou o Ocidente para que deixe de ser “hipócrita” quando se trata da Rússia e da China, pois enquanto publicamente “encenam” fortes críticas contra as duas potências, “sorrateiramente” continuam a estreitar relações de cooperação com aqueles países. A crítica de Szijjaártó foi feita depois de Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, que fez um périplo por cinco capitais europeias do leste, ter escalado Budapeste para “pedir” que a Hungria não permita que a Rússia crie divisões “entre amigos e a OTAN”. Pompeu alertou que a agenda da China consiste em manipular os sistemas políticos europeus. A denúncia do governante húngaro, no entanto, traz consigo a máxima de que “em relações internacionais não há amigos, o que prevalecem são interesses”.
Mike Pompeo fez um périplo por cinco capitais da Europa do leste com o intuito de minar a influência russa e chinesa sobre os Estados da região. O governante dos EUA pretende convencer os europeus do leste de que Putin, que tem tido aceitação naquela região, é o “diabo da Europa”, supostamente porque Moscovo não respeita os valores democráticos e a soberania dos Estados. Sobre a China, Pompeo disse que aquele país asiático tem tentado minar a soberania e liberdade dos europeus e tem procurado torná-los dependentes economicamente. Nessa empreitada, segundo o governante norte-americano, os chineses usam as suas empresas, particularmente a Huawei, uma gigante de telecomunicações que Pompeo afirmou que os países teriam de escolher entre ela e os EUA.
Texto:Edson Muirazeque *
edson.muirazeque@gmail.com