Desde a morte do El comandante Hugo Chávez a 3 de Março de 2013, a Venezuela, sob a presidência de Nicolás Maduro Moros, está mergulhada numa crise política com ramificações para todos os sectores da vida daquele país. A crise tomou novo rumo com a tomada de posse do parlamento liderado por Juan Guaidó, a 5 de Janeiro de 2019, e a tomada de posse do presidente Maduro, para segundo mandato, no passado dia 10 de Janeiro corrente. Importa realçar que Guaidó é, para além de presidente do parlamento, o líder da oposição. É nessa condição, de presidente do parlamento, que Guaidó viu-se desafiado quando a 21 de Janeiro o Tribunal Supremo de Justiça, pró-governamental, anulou todos os actos aprovados pela Assembleia Nacional por ele presidida.
A reacção de Juan Guaidó não tardou, a 23 de Janeiro, ele auto-proclamou-se presidente interino da Venezuela. Uma atitude que gerou reacções de aprovação e reprovação tanto a nível doméstico como a nível internacional. A nível doméstico o povo ficou dividido em apoiantes de Maduro versus apoiantes de Guaidó. Em termos institucionais, apenas a Assembleia Nacional, por ser maioritariamente da oposição, apoia Guaidó enquanto as instituições de Justiça e as forças de defesa e segurança estão do lado de Nicolás Maduro. Em suma, a Venezuela está em alvoroço, havendo confrontos e mortes entre os apoiantes de Guaidó, por um lado, e de Maduro, por outro. A nível internacional, a auto- -proclamação de Guaidó teve como efeito imediato a formação de alianças informais, porque resultam de reacções espontâneas de simpatia ou antipatia. Por um lado, formou-se a aliança anti-Maduro composta pelos EUA (que estão disponíveis a intervir militarmente para depor o presidente Maduro), Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, Guatemala, Hondura, Panamá, Paraguai e Reino Unido. Por outro, formou-se a aliança pró- -Maduro composta pela Rússia (que está disponível a defender militarmente o presidente Maduro), Cuba, México, Bolívia, Nicarágua, Turquia, China e Irão. A União Europeia, pela dificuldade de construir consensos que lhe é característica, prefere a indefinição, opinando apenas que a realização de novas eleições seria uma boa saída para a crise instalada.
Texto: Paulo Mateus Wache*
PWache2000@yahoo.com.br
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