Acabo de regressar de Pemba, a cidade a partir donde conheci mais o mundo; que se responsabilizou por cortar alguns meus medos sociais, profissionais e culturais. Já agora, onde mais tempo terei vivido depois da minha adolescência, a ponto de ser fácil mentir que sou natural dali.
Fui por um dia e meio, razão porque há poucas testemunhas da minha presença fugaz na terceira maior baía do mundo. Para além da Fátima (local onde encontro o peixe que me traz sempre saudades e tocossado (água e sal) à maneira); no Martinho, onde até hoje se mantem em pé o petisco da língua de vaca e o Portão do Wimbe, pois sem ele não se entra…não me recordo de onde tenha mais ficado com o tempo que a cidade merece de um seu filho.
Nem fui aonde a alma sempre me obriga, o Centro Cultural Tambo Tambulani Tambo, projecto que acreditei desde o seu início, quando era simplesmente uma ideia de loucos, do grupo de que eu era cúmplice.
Texto:Pedro Nacuo
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