Início » Caso Taiwan: Pequim ameaça usar a força para reunificar o país!

Caso Taiwan: Pequim ameaça usar a força para reunificar o país!

Por Idnórcio Muchanga

A independência da República Popular da China, em 1949, sob a liderança do Partido Comunista de Mao Tsé-Tung, foi incompleta porque parte do seu território ficou fora da sua alçada. Essa parte correspondia aos territórios de Macau, Hong Kong e Taiwan. Os dois primeiros (Macau e Hong Kong) eram colónias de Portugal e do Reino Unido da Grã-Bretanha, respectivamente. A devolução destes territórios, hoje regiões administrativas da China, foi pacífica, sendo que Macau foi transferida para a China em 1999 e Hong Kong em 1997, depois de longas conversações.

Com Taiwan a história foi completamente diferente, porque até 1949 esta pertencia à República da China, dirigida pelo governo do partido Kuomintang. Contudo, o partido Kuomintang foi derrotado pelo Partido Comunista na guerra civil chinesa (1946-1949) e refugiou-se na ilha de Taiwan, onde estabeleceu o que chamou governo da República da China em oposição ao Governo da República Popular da China. Assim a China passou a ter dois governos com ideologias opostas: capitalismo (Taiwan) e comunismo (República Popular da China), uma oposição própria da guerra fria.

Com a eclosão da guerra das Coreias (1950-1953) os EUA passaram a apoiar militarmente Taiwan para evitar a invasão do Partido Comunista Chinês à ilha. Portanto, enquanto Macau e Hong Kong eram colónias e por isso os interlocutores para a reunificação da China eram as potências coloniais (Portugal e Reino Unido da Grã-Bretanha), no caso de Taiwan, os interlocutores da República Popular da China são os descendentes do governo derrotado na China continental. Apesar desta diferença fundante entre a negociação de Macau e de Hong Kong e a de Taiwan, a República Popular da China insiste em usar a mesma fórmula de negociação, que deu certo para territórios colonizados, para Taiwan, território ocupado por derrotados. E a fórmula é reunificação pacífica sob o modelo uma China dois sistemas.

Por Paulo Mateus Wache*
PWache2000@yahoo.com.br

Você pode também gostar de: