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ANC de Gauteng manifesta-se contra o Governo Central?

Por Idnórcio Muchanga

No dia 2 de Novembro do corrente ano, a província de Gauteng, que engloba as cidades de Johannesburg e Pretória, teve uma marcha contra as portagens electrónicas (e-tolls). As portagens electrónicas são um sistema electrónico de cobrança de taxas pelo uso das auto-estradas. A cobrança das taxas está a cargo da South African National Road Agency, uma empresa pública, que desde Dezembro de 2013, altura em que iniciou a cobrança, tem enfrentado a oposição de duas organizações sindicais, nomeadamente: o Congress of South Africa Trade Union (COSATU) e a Organization Undoing Tax Abuse (AUTA). Contudo, a marcha do dia 2 torna-se inusitada pela participação activa do African National Congress (ANC) de Gauteng contra a decisão do Governo Central dirigido pelo ANC. Diante desta atitude a pergunta que emerge é: por que o ANC de Gauteng discorda em público do Governo do ANC? 

A resposta a esta atitude inusitada entre os partidos libertadores na África Austral, cuja marca indelével é a disciplina partidária, está, em parte, na natureza agregadora mas não unificadora do ANC. Na verdade, o ANC, no seu sentido lato, é um partido agregador, porque alberga dentro de si dois partidos –o ANC e o Partido Comunista –e uma organização sindical, a COSATU. Estas três entidades formam a Aliança Tripartida que em tempos eleitorais toma o nome de ANC mas em períodos não eleitorais cada entidade política tem acções independentes, às vezes coordenadas quando necessário.

Por Paulo Mateus Wache*

PWache2000@yahoo.com.br

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