“Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de finas jóias” – Provérbios, 31:10
Se eu disser que os inquilinos que arrendam a ”Casa do Povo” (vulgo Assembleia da República) deviam estar lá por mérito próprio não estarei equivocado. Na verdade, o mérito é a única qualidade que habilita o acesso àquela magna casa.
E os estudiosos da Língua de Camões definem Mérito ou Merecimento como: qualidade atribuída a uma pessoa cujo acto ou actividade foi reconhecida como de grande valor, a partir de um julgamento moral. Desafortunadamente, muitos dos arrendatários daquela casa, senão a maioria, têm, como eu, a sua proveniência o campo, e porque não a floresta, cujos hábitos ou costumes são muitas vezes diametralmente opostos às dos habitantes das cidades. Porque, como se sabe, lá no campo/floresta nos diferimos muito dos citadinos. Lá levanta-se de manhã da esteira, grabato ou catre, não se faz com o toque do despertador, rádio ou qualquer outro aparelho electrónico: faz-se ouvindo o chilreio das aves. Naquele ambiente, não existem etiquetas rigorosas do tipo vestir-se bem para falar com quem quer que seja, portar-se bem nas refeições como parte da autopromoção de imagem e demonstração do quanto a pessoa se importa em fazer uma boa imagem de sentar-se à mesa. Na floresta não se “mata-bicha”, não se almoça, não se janta, nem se come sobremesa. Lá (no campo/floresta) apenas come-se: come-se comida, come-se papaia, manga mandioca, e não fruta.