É o de Nampula, o primeiro campeão nacional de todos os ferroviários de fora de Maputo e, também, primogénito (por assim dizer) de todas as equipas da margem esquerda do rio Zambeze, em 2004.
Na semana que termina caiu-me com um sabor especial a notícia de que o Ferroviário de Nampula foi à Penitenciária Industrial, ali no rio Monapo, onde está construída a barragem que abastece água à terceira maior cidade do país, lá conviveu com os reclusos e (inclusive) com eles jogou. É a postura de quem se guia pelos mais nobres valores da humanidade e faz do homem o centro da sua atenção. Na oportunidade ouvi muito do que os reclusos disseram, não só de reconhecimento dos erros que lhes empurraram para o aparente isolamento, mas também como as ideias que perfilaram visando quem está fora, não em conflito com a Lei. Ficou a ideia de quem está a regenerar-se e alguma segurança de que um dia voltarão ao nosso convívio, já como homens livres e, mais ou menos, correctos.
Não é fácil visitar um recluso, conquanto seja o nosso familiar. Muitas vezes a sociedade culpa-o imediatamente dos factos de que é acusado e outros se sentem diminuídos quando se identificam com quem está privado da liberdade.
Texto: Pedro Nacuo
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