Quinta-feira, 27 de Setembro de 2018, 12h54. Alguém que fazia parte da comitiva do governador de Cabo Delgado, Júlio Parruque, em visita ao distrito meridional de Namuno, diz-me que acabava de saber que a Matilde acabava de morrer, vítima de acidente de viação.
Havendo, possivelmente, muitas Matildes, em Cabo Delgado, não duvidei de quem fosse. “Às” no protocolo provincial. Perguntei se era verdade. A resposta foi: se a própria segurança do governador acaba de informá-lo do infortúnio, só pode ser verdade.
Aos jornalistas que alguma vez foram a Cabo Delgado numa comitiva oficial é dizer: é aquela que sempre perguntava: meus filhos, está tudo bem? Todos comeram?”
Sabia-se que era mortal, mas eu não estava preparado em ouvir que morreu! Chocado! Trémulo. Confidenciei ao meu chefe directo que naquela altura já não era eu, porque uma pessoa acabava de morrer, num acidente de viação, na estrada Pemba-Montepuez, em Cabo Delgado.
O chefe perguntou-me se era familiar. Não o soube responder porque não sabia o que dizer sem mentir. Balbuciei dizendo qualquer coisa como era muito conhecida em Cabo Delgado. Descobri que não satisfiz a curiosidade. Não tinha conseguido revelar o que invadira o meu organismo assim que soube da fatídica notícia. Mesmo que fosse na minha língua materna não conseguiria traduzi-lo fielmente.
Por Pedro Nacuo
