Demorou, mas está aí o livro ansiado por quem está interessado em conhecer mais um pouco sobre o processo que levou o povo moçambicano à Independência Nacional, pois faltava ouvir um pouco do General Alberto Joaquim Chipande.
Fê-lo em 538 páginas que as titulou “Como vivo a minha história”, humilhando-se voluntariamente para que nunca se pense que ele é a Frente que libertou Moçambique, apesar de se confundir com ela ao longo da sua vida, desde os 21 anos de idade.
O General deixou que muitos falassem (mal ou bem) de si e de toda a história que qualquer moçambicano está proibido de ignorar, quanto mais não seja por razões meramente políticas, e veio a terreiro contar o que sabe dos factos ocorridos durante quase a sua vida, que coincide quase totalmente com o processo de procura de emancipação política do país, da construção do Estado moçambicano até aos nossos dias.
Chipande no livro deixou claro que as únicas coisas de que fala e não pode provar situam-se no restrito espaço ocupado pelos seus sentimentos, as suas opiniões e ideias, pois, por serem próprias, não são passíveis de provar.
Manteve, com esse palavrear, a dificuldade de os seus leitores encontrarem no livro do General, quiçá, aquilo que de pronto pretendiam, mas diz ainda que tem a consciência de que poderá ferir susceptibilidades, visto que, mesmo quando se está calado, elas estão presentes e se acaba sendo mal-entendido.
Texto de Pedro Nacuo