A notícia caiu, nalguns círculos, como uma bomba. Passado o espanto inicial, as vozes subiram de tom. Umas diziam que não havia direito. Outras, muito bem outras, cantavam que a medida chegava com alguns minutos de atraso. Que aquilo é que era. Afinal não se pode brincar com um dos instintos fundamentais para a manutenção da espécie…
Bula-Bula afinou os olhos para melhor ouvir. Do que é que os colegas de viagem no santo “My Love” discutiam? Uma palavra aqui outra ali e o “puzzle” ficou completo: uma notícia posta a circular via WhatsApp dava conta de que o Governo de Cabo Delgado havia tornado público a informação segundo a qual “a venda de produtos afrodisíacos em feiras públicas passaria a ser proibida”.
No fio da conversa, o Governo daquela província devia cuidar de aspectos mais sérios – como por exemplo a construção de vias de acesso para facilitar o escoamento de produtos agrícolas ou então reabilitar escolas e vias na cidade de Pemba, etc. – e não andar a caçar gente que pretende ajudar pessoas com dificuldades naquela área específica.
Outros diziam que o Governo estava certo; a venda de estimulantes sexuais de forma aberta configurava uma aberração e que aquilo violava até aspectos da tradição (que ninguém chegou a nomear). A conversa foi subindo de tom… Bula-Bula estava expectante e a rezar para o tráfego atrapalhar a viagem de modo que a história chegasse ao seu epílogo.
