Está a ficar cada vez mais evidente que Moçambique é um país rico em recursos naturais, sobretudo do solo e subsolo. Depois do carvão mineral, gás natural e ouro, eis que hoje se fala também de diamantes, uma das mais preciosas pedras naturais que consegue ser ao mesmo tempo fonte de riqueza e de conflitos entre povos, particularmente em África.
As estatísticas oficiais mais recentes dão conta de que a Indústria Extractiva é o sector que mais cresceu em Moçambique durante o primeiro semestre do ano, uma tendência que ficou a dever-se, em grande medida, ao aumento da produção do carvão mineral de Tete, areias pesadas, em Nampula, e rubis, em especial a grafite, pela entrada em funcionamento dos empreendimentos de Ancuabe e Balama, na província de Cabo Delgado.
No entanto, não estaríamos a faltar à verdade se disséssemos que o crescimento desta indústria é ainda irrisório, atendendo ao facto de o país estar a aguardar o arranque de grandes empreendimentos de extracção de gás natural na província de Cabo Delgado, pelas multinacionais Anadarko e Eni, projectos que, ao que se sabe, irão colocar Moçambique no grupo dos três principais produtores mundiais de hidrocarbonetos.
Mas mesmo antes do início da produção de gás em Cabo Delgado, pensamos que o contributo da Indústria Extractiva no crescimento da economia moçambicana podia ser maior ainda, se o país tivesse capacidade para controlar a exploração ilegal de minérios como ouro e pedras semi-preciosas, como, por exemplo, turmalinas.