Captamos estas imagens no recinto do Hospital Provincial da Matola, mas podíamos tê-lo feito em qualquer ponto deste imenso país, uma vez que vivemos uma era de aparente “campeonato nacional” de embates frontais, laterais e traseiros.
Em oficinas, esquadras, hospitais e ladeiras das estradas que esventram o território nacional sobram carcaças de viaturas de todas marcas e tamanhos, cujos ocupantes sucumbiram à violência dos embates e, se escaparam por algum milagre, convivem com profundas sequelas físicas e psíquicas.
Dizia um funcionário de uma morgue que, antes de se atribuir cartas de condução aos candidatos a automobilistas, o Instituto Nacional de Transportes Terrestres (INATTER) devia levá-los a realizar uma visita guiada pelas secções de sinistros das morgues dos principais hospitais e ortopedias. Quem sabe se isso não mudaria a visão que muitos têm dos seus carros e da sua própria vida?
É que, conforme referiu, parte considerável dos corpos que dão entrada nos serviços mortuários e que estão relacionados com acidentes de viação é simplesmente irreconhecível, completamente trucidada ou, para atingirmos o âmago da questão, chega despedaçada que nem os familiares mais chegados são capazes de a identificar.
